O filme “Minha Vida de Abobrinha” (“Ma vie de Courgette” no título original) nos convida a mergulhar na comovente história de Courgette, um menino de nove anos que, após a devastadora perda de sua mãe em um acidente, se vê obrigado a recomeçar sua vida em um orfanato. Apelidado de “Abobrinha” pelas outras crianças, ele se junta a um grupo de órfãos que, cada um marcado por suas próprias histórias e traumas, tentam encontrar um novo lar e um novo sentido para suas vidas.
A jornada de Abobrinha começa em uma noite fria e chuvosa. Ao lado de sua mãe, ele se refugia em um playground, buscando um escape da realidade turbulenta que os cerca. No entanto, o destino cruel os alcança: um acidente fatal tira a vida de sua mãe na frente de seus olhos, deixando-o sozinho e sem rumo.
Raymond, um policial gentil e compreensivo, assume a difícil tarefa de levar Abobrinha para um orfanato. Durante a curta viagem, o menino, ainda em choque e confuso, observa o mundo passar pela janela do carro, buscando entender o que aconteceu e como sua vida mudou para sempre.
Ao chegar ao orfanato, Abobrinha se depara com um ambiente completamente novo e desconhecido. O cheiro de desinfetante, o barulho constante das crianças e a frieza da diretora o colocam em estado de alerta. A princípio, ele se sente perdido e deslocado, incapaz de se conectar com o novo ambiente e com os outros residentes.
Encontrando Refúgio e Amizade no Orfanato
Com o passar dos dias, Abobrinha aos poucos se adapta à rotina do orfanato. Ele conhece Simon, o líder do grupo de órfãos, um menino mais velho que assume a responsabilidade de cuidar e proteger os mais novos. Simon, com sua postura protetora e seu jeito firme, se torna uma figura paterna para Abobrinha, oferecendo-lhe apoio e orientação em meio à dor e à confusão.
O grupo de órfãos é composto por crianças de diferentes idades e personalidades. Alice, a menina tímida e introvertida que se esconde em seu próprio mundo; Camille, a menina mais nova que chega ao orfanato trazendo consigo uma dose de alegria e entusiasmo; Béatrice, a menina brigona e conflituosa que esconde um passado de sofrimento; Ahmed, o menino sensível e introspectivo que encontra conforto na arte; e Jujube, a menina protetora e maternal que cuida dos outros como se fossem seus irmãos.
Apesar das diferenças e das dificuldades, um forte laço de amizade se desenvolve entre os órfãos. Eles se apoiam mutuamente, compartilham seus segredos e sonhos, e criam um espaço de acolhimento e compreensão dentro do orfanato. As brincadeiras no jardim, as histórias contadas à noite e os momentos de cumplicidade transformam a fria instituição em um lar improvisado, onde a amizade se torna a principal força contra a solidão e a tristeza.
Desvendando o Passado e Lidando com a Dor
A dor da perda da mãe acompanha Abobrinha constantemente. Através de flashbacks, o filme nos leva a mergulhar em sua memória, revelando a relação complexa e conturbada que ele tinha com sua mãe alcoólatra. As cenas retratam a pobreza, a negligência e a violência que permeavam seu dia a dia, evidenciando os motivos que a levaram a tomar uma decisão tão drástica.
Abobrinha se esforça para entender as ações de sua mãe e lidar com a culpa e a raiva que sente. Ele busca respostas nos rostos dos outros órfãos, buscando encontrar algo em comum com suas histórias de sofrimento. A dor da perda se torna um fardo que ele precisa carregar, mas a amizade e o apoio dos amigos o ajudam a seguir em frente, buscando cura e reconciliação com seu passado.
A Esperança Floresce no Orfanato
Com o tempo, a tristeza dá lugar à esperança no orfanato. As crianças aprendem a celebrar a vida, mesmo em meio às dificuldades. As brincadeiras se tornam mais frequentes, as risadas ecoam pelos corredores, e a união entre os órfãos se fortalece a cada dia.
A chegada de Camille, uma menina mais nova que também perdeu a mãe, traz novos desafios e alegrias para o grupo. Sua inocência e espontaneidade contrastam com a dureza da vida no orfanato, e sua presença desperta em todos um sentimento renovado de esperança e amor.
